Ciência Publicado em 25/11/2025 11:20

Cientistas mapeiam conectoma completo do cérebro de camundongo

Por Luiz Ferreira Luiz Ferreira 1 comentário

Em um feito monumental para a neurociência, pesquisadores publicaram na Nature o primeiro mapa completo das conexões neurais – o conectoma – de um cérebro de camundongo. O projeto, que levou anos e envolveu o processamento de petabytes de dados, revela com detalhes sem precedentes como as diferentes regiões cerebrais se comunicam.

O mapa identifica milhões de neurônios e bilhões de sinapses, oferecendo um "diagrama de fiação" que pode ajudar a explicar desde comportamentos básicos até processos cognitivos complexos. Cientistas esperam que esse recurso acelere a compreensão de doenças como Alzheimer, esquizofrenia e autismo, ao permitir a comparação entre cérebros saudáveis e doentes.

A tecnologia desenvolvida para este mapeamento, que combina microscopia eletrônica de alta resolução e inteligência artificial para reconstrução de imagens, estabelece um novo padrão para a biologia de sistemas e aproxima a ciência do objetivo final: mapear o cérebro humano.

Fonte: Nature

Opinião dos colunistas

Pedro Costa Pedro Costa Saúde
25/11/2025 12:00

Olhar para o conectoma de um camundongo é como olhar para o mapa de uma cidade alienígena infinitamente complexa. Cada fibra, cada conexão representa uma decisão, uma memória, um instinto. Por décadas, a medicina tratou o cérebro observando os sintomas externos ou imagens macroscópicas. Agora, estamos começando a ver a fiação interna.

Isso muda tudo para a neurologia e a psiquiatria. Muitas doenças que chamamos de "mentais" são, na verdade, falhas de conexão, curtos-circuitos em redes específicas. Ter esse mapa de referência nos permite parar de adivinhar e começar a entender a mecânica por trás da patologia.

Ainda estamos longe de fazer isso com o cérebro humano, que é ordens de magnitude mais complexo, mas o caminho está traçado. A biologia está se tornando uma ciência de dados, e esse estudo é a prova definitiva disso.

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